quarta-feira, 23 de julho de 2008

As MenTiRaS Da PoRnOgRaFiA


A pornografia é usada de diversas formas para atrair os consumidores de seus produtos.Com a pornografia, provomem-se propagandas sobre diversos produtos e sobre a própria pornografia.Propagandas de carro, de cerveja, de roupas, de roupas íntimas, de revistas pornograficas e de váriadas outras coisas, costumam ter uma leve pitada de pornografia sugestiva e apelativa.Sempre tentando vender com o sexo.

A mulher, com esse tipo de propaganda, é molestada moral e físicamente, por ser exposta como só mais um produto de consumo masculino.A pornografia age pela mentira e muitas mulheres acabam acreditando na maior e mais bem contada mentira sobre elas, as mulheres.Além de passar uma imagem depravada sobre as mulheres para os homens.


Efeitos da Pornografia: As Mentiras

Não se pode aprender a verdade sobre sexo com a pornografia. Ela não lida com a verdade. Pornografia não foi feita para educar, mas para vender. Ela usará de qualquer mentira que vá atrair e segurar a audiência. A pornografia faz sucesso com a mentira - mentiras sobre sexo, mulheres, casamento e muitas outras coisas.


• Mentira 1 - Mulheres são inferiores aos seres humanos

As mulheres da “Revista Playboy” são chamadas de “coelhinhas”; são transformadas em pequeninos animais graciosos, ou “parceiras de jogo”, transformadas num brinquedinho. O “Pânico na Tv” tem um quadro no qual um apresentador fala para as mulheres: “Dá a pata!”. A pornografia, freqüentemente, refere-se às mulheres como animais, brinquedos ou partes de corpo. Alguns materiais mostram somente o corpo ou as genitais e não mostram de maneira nenhuma o rosto. A idéia de que as mulheres são verdadeiramente seres humanos com pensamentos e emoções é subestimada.


• Mentira 2 - Mulheres são um “esporte”

Algumas revistas de esporte têm uma sessão de “roupas de banho”. Isto sugere que as mulheres são apenas um tipo de esporte. A pornografia vê sexo como um jogo, deve-se “ganhar”, “conquistar”, ou “marcar pontos”. Homens que pensam da mesma forma gostam de falar sobre “marcar pontos” com mulheres. Eles julgam sua masculinidade por quantas “conquistas” conseguem fazer. Cada mulher que “conquista” é um troféu novo na sua prateleira para validar a própria masculinidade.


• Mentira 3 - Mulheres são propriedades

Todos já vimos fotos de um super carro com uma garota debruçada sobre ele. A mensagem sem palavras: “Compre um e ganhará os dois”. Pornografia que mostra o sexo explícito vai ainda mais longe: mostra mulheres como uma mercadoria em um catálogo, expondo-as o mais abertamente possível para que o consumidor veja. Não me surpreende que muitos rapazes pensem que só porque gastaram uma boa quantia de dinheiro levando uma garota para sair, têm o direito de fazer sexo com ela. A pornografia ensina que mulheres podem ser compradas.


• Mentira 4 - O valor da mulher depende de quão atrativo seja seu corpo. Mulheres que são menos atraentes são ridicularizadas na pornografia.

São chamadas de cadelas, baleias, porcas ou coisa pior, simplesmente porque não se enquadram no critério de mulher “perfeita” da pornografia. A pornografia não se importa com o que a mulher pensa ou com sua personalidade, somente com o seu corpo.


• Mentira 5 - Mulheres gostam de ser estupradas

“Quando ela diz não, ela quer dizer sim” é um típico cenário pornográfico. Mostram mulheres sendo estupradas, lutando e chutando primeiro e depois, começando a gostar. A pornografia ensina os homens a gostar de machucar e abusar das mulheres por diversão.


• Mentira 6 - Mulheres devem ser desprezadas

A pornografia é geralmente cheia de discursos de ódio contra as mulheres. Mostram mulheres sendo torturadas e humilhadas em centenas de maneiras insanas diferentes, mas implorando por mais. Esse tipo de tratamento demonstra algum respeito pelas mulheres? Algum amor? Ou o que a pornografia está promovendo é ódio e descaso pelas mulheres?


• Mentira 7 - Criancinhas deveriam fazer sexo

Uma das maiores vendas da pornografia é a versão pornográfica infantil. As mulheres são “produzidas” para parecerem com menininhas usando rabinhos de cavalo, sapatinhos de meninas e segurando um ursinho de pelúcia. A mensagem das fotos e cartazes diz que é normal para adultos fazerem sexo com crianças. Isso influência os usuários de pornografia a verem as crianças com uma intenção sexual.


• Mentira 8 - Sexo ilegal é divertido

A pornografia geralmente tem elementos ilegais ou perigosos incluídos para tornar o sexo mais “interessante”. Sugere que não se pode aproveitar o sexo se este não for excêntrico, ilegal ou perigoso.• Mentira #9 - A prostituição é fascinanteA pornografia pinta uma imagem animadora da prostituição. Na realidade, muitas mulheres retratadas no material pornográfico são garotas que fugiram de casa e estão presas a uma vida de escravidão. Muitas foram abusadas sexualmente. Muitas estão infectadas por doenças sexualmente transmissíveis incuráveis que tem alto risco de contágio e, geralmente, morrem muito jovens. Muitas usam drogas para poder agüentar viver da pornografia.


A pornografia, em nada é benéfica.Existem milhoes de pessoas no mundo que são viciadas em pornografia.Jovens, adultos, meninos e meninas, escravos da promiscuidade sexual, da masturbação diária.Entendendo o sexo de forma errada e depravadora, não só do corpo, mas também da mente.

Que tipo de idéias a pornografia está colocando nas nossas cabeças? Se coisas erradas continuarem sendo absorvidas, seu ambiente mental pode ficar tão poluído que você terá problemas na sua vida. Uma das partes mais vitais do ambiente mental é uma idéia saudável de quem somos sexualmente. Se essas idéias estão poluídas, uma parte fundamental de quem somos fica destorcida.

A pornografia causa idéias tóxicas sobre mulher, sexo, casamento e crianças. E muitos dos que vêem pornografia terão algum tipo de abertura emocional que permitirá que o vício tome lugar.

Isso é um grande gerador de violência contra a mulher e hoje, é encarado como natural ou como parte da juventude, principalmente masculina.É a velha história do "conhecer o proprio corpo".Conhecer-se, na puberdade, não significa ter que se masturbar com pornografia e nem ser preticante de sexo.Mas entender que, ainda que seja uma necessidade dos seres humanos, o sexo e/ou necessidade sexual não deve ser o que nos move.

A pornografia estupra mais que as mulheres, as crianças e os meninos.Ela estupra a sua mente, os seus valores.Violência contra a Mulher é muito mais do que agração física e sexual.Proteja a sua mente!



sexta-feira, 13 de junho de 2008

Campanhas "Contra a Mulher"

É incrível o uso e abuso do uso da figura feminina nas campanhas publicitárias de grandes marcas para venderem seus produtos.Na grande maioria das vezes, a mulher é mostrada sempre num contexto que envolve sensualidade e erotismo e ainda em posição de objeto de consumo do homem.
Por algum motivo, esse tem sido o grande apelo das grandes marcas de roupas, sapatos, bolsas e váriados produtos, como bebidas alcóolicas e etc, que esperam, com esse tipo de anúncio, vender seus produtos.
Há ainda uma idealização de um corpo perfeito e ideal da mulher.O que, muitas vezes, por ser esse o padrão definido como perfeito, acaba causando nas mulheres problemas como depressão e baixa auto-estima.
Há anúncios em que a violência contra a mulher é exibida e sugerida de forma mais clara ainda.A mulher sempre é apresentada como o objeto indefeso de consumo masculino.Isso acaba funcionando como um amenizante no combate a violência contra a mulher.Ainda que pareça exagero ou radicalismo, esse tipo de propaganda tem passado, muitas vezes, a ideía de que a violência contra a mulher é aceitavel e normal.
Alguns exemplos:

Anúncio da BCBG Max Azria

Anúnico Calvin Klein - Jeans
Anúncio de Filme (MPAA - Kirby Dick)

Anúncio Skyy Vodka

Anúnio Marc Jacobs

Anúncio Marc Jacobs

Anúncio Inspired Silver

Anúncio Guisep Pezanotti

A mulher e o Video Game



Essa foto faz parte de uma campanha de duas páginas em revistas especializadas dirigidas, principalmente, para adolescentes, divulgando Hitman, um jogo de Playstation, que foi lançado em 2006 e conseguiu ser polêmico até entre os jogadores, não exatamente os mais feministas.
O slogan “Beautifully Executed”, com a imagem de uma mulher vestida sensualmente, com as pernas convidativamente abertas (teria sido estuprada antes do assassinato?) e uma bala na testa.Nos EUA, onde essa foto foi veiculada, morrem quatro mulheres, a cada dia, vítimas de “violência doméstica”, um eufemismo para o assassinato por maridos e namorados. Aproximadamente 1.400 mulheres por ano, segundo o FBI.


A violência (especialmente contra as mulheres), em vários games, já é conhecida. Jogos como GRAND THEFT AUTO são considerados uma apologia não só a violência como um todo, mas também à violência contra a mulher.
Pelo que se encontra nas discussões sobre essa propaganda do tal Hitman, essas fotos não têm absolutamente nada a ver com o jogo. Vai saber o motivo de se tentar vender jogos para jovens, usando uma imagem “sofisticada e fetichista” da violência contra as mulheres!
A garotada vai sendo exposta a essa glamourização e banalização da violência contra as mulheres, e a violência vai aumentando cada vez mais (já são mais de 150 mulheres assassinadas, pelos seus companheiros, em Pernambuco, desde janeiro de 2006!).

quarta-feira, 11 de junho de 2008

APAV - Campanha contra a violência contra a Mulher.

Camapanha contra a violência contra a mulher criada pela agência J.W.T. de Lisboa para a APAV.











Agência: J.W.T., Lisboa
Cliente: Apav
Director Criativo: João Espírito Santo
Copywriter: Tomás Mayer
Director de Arte: Frederick Fannon
Fotografia: Frederick Fannon/João Palmeiro
Realização: Frederick Fannon
Pós-produção: Sync

Envolvidos com a coisa toda!


Para criar esse blog e fazer com que houvesse o máximo de identificação com o tema, quer seja vítimas/Blog ou LeitoresComuns/Blog, fomos atráz de informações, de contatos com pessoas vítimas desse tipo de violência ou que trabalham com esse tipo de problema.Encontramos algumas restrições para conseguir dados na delegacia da mulher e muitas limitações para registrar os momentos que tivemos com pessoas que sofreram algum tipo de agressão das quais esse blog tem como objetivo combater.
Para conseguirmos qualquer tipo de informação na delegacia era preciso um requerimento, um documento ofício.A única informação que conseguimos lá na primeira tentativa foi a de que sem eles não conseguiríamos informação nenhuma.
Registrar as conversas com fotos, videos, não foi possível pelo fato das vítimas não se sentirem confortáveis com a idéia.Mas ainda assim tivemos grande acesso a muitas informações e notamos que há muito em comum entre os casos que ouvimos.
Dos que ouvimos, as agressões geralmente surgiam após uma discussão por ciúmes do parceiro (namorado, marido e afins).E em todos os casos as vítimas se ocultavam e se calavam por medo de novas agressões e por estarem sob ameaças contantes.
Das mulheres que conversamos, algumas já conhecíamos e outras são conhecidas de conhecidos.Quase todos os casos só foram descobertos após um tempo de repressão, até que a vítima contou a algum familiar ou estes descobriram ao acherem alguns hematomas no corpo da vítima e, suspeitando de que a violência pudesse estar acontencedo, pressionaram a vítima até que ouvesse a confirmação dos fatos.Nem todos os agressores foram denunciados e, dos que foram, nem todos sofreram punição.
Esses são apenas alguns dos muitos casos que acontecem.Há muitos outro fatores que causam as agressões.Os casos de violência contra a mulher estão mas perto de nós do que podemos imaginar.

Não podemos ser indiferentes.
Vamos juntos nessa luta!


Mulheres de Cabul

Uma ótima opção para quem busca entender a vida das mulheres afegãs é o livro Mulheres de Cabul, da fotógrafa Herriet Logan.
Harriet foi ao Afeganistão durante o regime opressor do Taleban em 1997, e trouxe para o ocidente um pouco da vida, das personalidades e dos sonhos de um grupo de mulheres que junto a Herriet arriscaram sua segurança ao falarem com ela e ao se deixarem fotografar.
As imagens chocantes dessas mulheres contrastam com fotografias tiradas na década de 70, quando podiam viver livremente e lutar por direitos iguais.
Depois da derrota do Taleban, no final de 2001, Hariet voltou para reencontrar muitas daquelas mulheres e conhecer outras.
As fotografias e os depoimentos das mulheres abriram os olhos da sociedade para o Afeganistão, muito além de notícias e reportagens imparciais, são mulheres narrando sua própria história.


Alguns Decretos que o Taleban impôs a dois terços do Afeganistão:

As mulheres não devem sair de suas residências.
Se o fizerem, não devem usar trajas elegantes,
sapatos brancos e/ou que produzam qualquer tipo de ruído,
produtos cosméticos ou atrair atenção desnecessária.
Caso venham a usar "vestes elegantes, adornadas,
apertadas ou atraentes", jamais conheceram o paraíso.

As mulheres devem servir como professoras para sua família.
Os esposos,irmão e pais são responsáveis pelas famílias (alimentação, roupas, etc...)

Não é permitido às mulheres trabalhar fora do lar
ou frequentar escolas.

São proibidas a confecção de roupas femininas
e tirada de medidas corporais por alfaiates.
Caso mulheres ou revistas de moda sejam vistas numa alfaiataria,
o infrator será preso.

É proibido lavar roupas nos riachos e córregos da cidade.
As jovens que violarem esta lei
serão apanhadas respeitosamente à moda islâmica
e levadas para suas residências.
Seus esposos serão severamente punidos.

É proibido cortar a barba. Os infratores serão presos
até que suas barbas cresçam.

Cortes de cabelo à moda inglesa e norte-americana
são poibidos.

É proibido manter pombos em cativeiro
e brincar com pássaros.

Pipas são proibidas.

Nenhum tipo de música é permitido.
Donos de estabelecimentos ou motoristas
portando fitas cassete serão presos.
É proibido tocar tambores.

Fotografias e retratos são proibidos.
São considerados forma de idolatria
e devem ser retirados de hotéis,
estabelecimentos comerciais e veículos.

O jogo é proibido.
Os infratores serão presos por 1 mês.

É proibido rir em público.

A feitiçaria é proibida.

Todos devem rezar.
Todas as pessoas são obrigadas a comparecer à mesquita.
Jovens vistos em estabelecimentos comerciais
serão presos imediatamente.

Esse decretos foram defendidos com violência até Outubro de 2001, quando tropas afegãs, com ajuda de aviões norte-americanos, derrubaram o governo Taleban.

"Fomos esquecidas e precisamos do direito de falar. Se ninguem ouvir o que temos a dizer, nada irá mudar"-Mulheres de Cabul.

Um ótimo livro que merece ser lido!

O Nosso Slogan




"O seu corpo não precisa de marcas.Você tem direitos, você tem escolhas"




Nós do RadarAtento, criamos esse slogan para o blog por acreditarmos que a violência contra a mulher precisa ser combatida e extinta da sociedade.Talvez esse argumeto soe como óbvio a vocês, leitores deste blog. Mas muito mais do que apenas combater a violência contra a mulher, pensamos nesse slogan como uma expressão exata daquilo que toda mulher e todo homem precisa saber: quem ela é, o que precisa e como deve ser tratada.
Se uma mulher acreditar que ela não pode fazer nada contra a violência que tem sofrido,ela será uma vítima para o resto da vida.
Se a mulher não souber que o que ela precisa no relacionamento é de companheirismo do parceiro, amor, carinho e respeito, ela será agredida até a morte por não saber que os hematomas que o seu corpo tem ganhado não fazem parte do que é um relacionamento.

Se a mulher acreditar que ela é inferior e não igual, ela talvez nunca seja quem ela realmente é.E aí, talvez ela busque toda a igualdade social que deseja e talvez até obtenha, mas tudo como forma de se refugiar da repressão sofrida e da opressão que vive dentro da própria casa e na sociedade da qual faz parte.A mulher não é objeto, não é escrava, não precisa de marcas, ela precisa ser tratada como mulher, só.

Se o homem entende tudo isso, entende quem é a mulher, entende como ela precisa ser tratada e do que ela realmente precisa.Se o homem entende tudo isso, ele entende o que faz parte do seu papel como homem, da sua identidade como homem, e assim, não se fere, não fere a mulher.E pra isso tudo, não precisa que homem e mulher morem embaixo de um mesmo teto.Basta serem participantes de uma mesma sociedade, de um mesmo ambiente, de um mesmo mundo.

Propaganda Proibida


No dia 06/03, foi a nunciada pelos estilistas da marca Dolce e Gabbana, a retirada em todo o mundo de uma campanha publicitária que foi proibida na Espanha e na Itália. A propaganda incitaria a violência contra a mulher. Segundo o que li nos vários artigos e notícias que encontrei sobre o assunto, a campanha foi proibida porque “ofende a dignidade da mulher”, segundo o Instituto de Autodisciplina Publicitária (IAP).Para o IAP, o anúnco representa uma figura feminina submetida à vontade de um homem de forma humilhante.Após a acusação do Instituto Espanhol da Mulher, a campanha foi logo retirada da espanha com o argumento de que ela incitaria a violência machista.

Central dos Outdoors

Desde 1991, O Prêmio Central de Outdoor, que consagra, anualmente, as melhores peças veiculadas em exibidoras afiliadas à Central de Outdoor, tem o intuito de reconhecer e incentivar a criatividade na utilização do meio outdoor.As categorias avaliadas são: Ação Social, Mercado, Aplique, Especial, Inovação e Estudantil.Na categoria Estudantil participam peças elaboradas e criadas por universitários dentro de um tema proposto pela Central de Outdoor.

Essas são as peças ganhadoras em alguns estados brasileiros, eleitas pela Central de Outdoor na categoria Estudantil.


Peça de SP: "Amor de verdade não deixa MARCAS assim"



Peça de SC: "O silêncio Machuca. Denuncie"




Peça da BA : "Sua noite foi péssima.A mulher do seu chefe não te da folga.Ontem nada deu certo nos seus compromissos.





Peça do CE: "Mulheres sangram todos os meses.Algumas, todos os dias"



Peça de ES: "Não seja reflexo da violência. Denuncie"



Peça de GO: "No nosso aniversário de casamento, ele abriu um vinho.E o meu supercílio"






Peça de MG: "Esse Outdoor dura 14 dias.O tempo de 3.960 mulheres serem agredidas."





Peça de MS: "A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional."



Peça do MT: "Violência é Crime. Denuncie"







Peça do PA: "Ligar a luz na escuridão.Mudar o alvo, depende do seu ato de denunciar"



Peça de PB: "Não deixe essa maquiagem virar moda"



Peça de PE:"Violência contra a mulher. Nós abrimos o espaço.Só você pode abrir a discussão."





Peça do PI: "Não adianta esconder o problema se as marcas ficam"





Peça do PR: "Chega de maquiar a realidade"


Peça do RJ: "Até que a violência os separe"




Peça de RN: "Nem toda Maria tem a história cheia de graça"

Peça do RS: "Uma entre três mulheres sofre abusos do parceiro"


Peça de SE: "Não adianta chamar só por Deus.Chame a Polícia. Ligue 190"

terça-feira, 10 de junho de 2008

Propaganda: Video (3)

Propaganda: Video (2)

A violência contra a mulher ainda é tema de muitos dos trabalhos publicitários.


Propaganda: Video

Filme de campanha contra a violência contra a mulher.


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Tortura e Conceitos.

Agora uma pausa para falarmos do conceito de violência contra a mulher dentro das convenções internacionais e da lei brasileira.
De acordo com a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher entende-se por violência contra a mulher:

“qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito púbico como no âmbito privado.”(art 1º )

Ocorrendo em três situações diferentes (no âmbito doméstico, pela comunidade ou perpetrada pelo estado)
de acordo com o art. 2º:
  1. “dentro da família, ou unidade doméstica, ou em qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus – tratos e abuso sexual.”
  2. “na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus – tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar.”
  3. “é perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.”

O conceito de tortura de acordo com a consoante do art 2º:

“todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como medida preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Entender-se-á também como tortura a aplicação, sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, ou a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou angústia psíquica.”

Essa convenção,realizada em Belém do Pará, tem força de lei e os Estados Partes são obrigados a implementa-la em seus países e podem ser cobrados a proteger suas vitimas, punir os agressores e prevenir a violência.

No Brasil desde 1997 existe uma lei que define o crime de tortura, a lei 9455/97 define de forma completa a tortura e com isso a punição da violência doméstica, art 1º:

I- constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico e mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II- submeter alguém , sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

Para a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (convenção da ONU), o conceito de tortura só é reconhecido quando praticado pelo estado e seus agentes, empregados ou funcionários públicos, quando também deveria mencionar a tortura por individuo privado:

“qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.”

A Declaration on the Elimination of Violence against Women, 1993 (Declaração sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher) define a violência contra a mulher como:

"qualquer ato de violência com base no gênero, sexo, que resulta em, ou que é provável resultar em dano físico, sexual, mental ou sofrimento para a mulher, incluindo as ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade, ocorrida em público ou na vida particular."

Dados acurados e comparados sobre a violência contra a mulher são necessários para fortalecer esforços de advocacia, auxílio à pessoas de ideais para que entendam o problema e um projeto guia de intervenções preventivas. Infelizmente esforços para a coleta de dados que mediriam a extensão e a magnitude da situação da violência contra a mulher são dificultados por número de fatos incluindo:

a) a influência das normas sociais e culturais em determinar o que constitui violência, impedindo um consenso universal na definição da violência contra a mulher; e,

b) mudanças no padrão relatado de abuso de acordo com a definição de violência usada, a maneira de questionar, o tipo de população atingida e o cenário da entrevista (privacidade, familiaridade do ambiente, etc).

Enquanto a violência tem graves consequências para os que a sofrem, é ao mesmo tempo um problema social que outorga uma resposta imediata e coordenada de múltiplos setores, e ação por parte das vítimas.

sábado, 7 de junho de 2008

Banner (6)


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Além da propaganda!


Não há como combater qualquer tipo de violência, abuso ou qualquer mal que seja, se não houver dentro de nós, a humanidade que nos leva a sentir o que o outro sente.Você, mulher ou não, vítima ou não, tem o poder de combater esse crime!Não espere que a violência entre em sua casa para tomar uma atitude.
Denuncie! 0800 280 0804 (atendimento das 8h às 20 horas).



Banner criado por: RadarAtento!
















































segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mutilação genital feminina


A Organização Mundial de Saúde – OMS – e outros institutos e organizações internacionais alertam para o fato de que de 100 a 140 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo já tenham sido submetidas à chamada mutilação genital, e mais 2 milhões 'corram o risco' de passar por esse procedimento a cada ano.

A remoção do clitóris é comum em 28 países da África, além de regiões do Oriente Médio e da Ásia. No site da OMS há breves explicações sobre as razões que motivam a mutilação genital: serviria para garantir a virgindade das mulheres até o casamento e assim valorizá-las; as partes sexuais seriam removidas por razões de assepsia, ou ainda para diminuir o desejo sexual feminino - o que manteria as mulheres fiéis no casamento. Motivos religiosos são também brevemente citados.

Os grupos de combate a essa prática enumeram complicações graves para a saúde e o psicológico das mulheres. Existem vários riscos, inclusive o de morte e o da transmissão da Aids. Para muitas, a dor nunca passa. A menstruação e o parto ficam ameaçados, as relações sexuais tornam-se dolorosas e o prazer sexual da mulher é tolhido. Infecções e todo tipo de problema na saúde sexual feminina estão relacionados à brutalidade da excisão, feita na maioria das vezes com instrumentos não-esterilizados e usados em várias meninas numa mesma ocasião, e sem anestesia.No entanto, o tratamento dado a práticas comuns a certas sociedades, e que são repudiadas pelo ocidente, levanta alguns questionamentos. A mutilação genital é um processo de origem cultural, religiosa e social, intrínseco a sociedades africanas, asiáticas e do Oriente Médio, e muitas vezes desejado pelas mulheres que são motivadas a se submeter à operação por várias razões estranhas à compreensão das sociedades ocidentais.

A também chamada excisão é para muitas mulheres um rito de passagem, algo importante para as meninas das comunidades em que é praticada. As próprias mulheres acreditam nisso, por vezes discriminando aquelas que não passaram pela mutilação. A Care, organização sediada nos Estados Unidos com o objetivo de defender os direitos humanos especialmente femininos e que tem uma campanha exclusiva para o combate à mutilação genital feminina , conta em seu site que uma das entrevistadas, no Sudão, disse que a comida feita por uma mulher que não houvesse sofrido a mutilação era suja. No Quênia, a organização observou preconceito religioso: havia pessoas dizendo que mulheres que não passaram pela excisão não podiam ser muçulmanas – costuma-se associar a prática à devoção ao islamismo. Muito poucas pessoas, especialmente entre os homens, sabiam das conseqüências da mutilação genital para a saúde, relata a ONG.

Segundo a Care, não há muita opção para as mulheres que vivem nas comunidades em que é comum a mutilação genital. As meninas que decidem não se submeter à prática, mas continuam vivendo no mesmo grupo, enfrentam problemas de socialização, são hostilizadas e excluídas. Por isso a organização se propõe, inclusive, a dar apoio e proteção às famílias que se recusam a submeter suas meninas e mulheres à prática.

A Care afirma, no entanto, que não é comum às mulheres que vivem nessas comunidades não desejarem se submeter à prática por livre e espontânea vontade. Freqüentemente não existe uma associação forte na cabeça das pessoas com as conseqüências da prática. E, nos lugares onde a excisão é universal, não há outros pontos de referência, muitas vezes. Todas as meninas e mulheres são iguais nesse ponto, explica Susan Igras, especialista do Núcleo de Saúde Sexual e Reprodutiva da Care. As pessoas que praticam a circuncisão valorizam muito os significados positivos relacionados a ela, complementa.


Questão de direitos humanos: a tradição X a lei

Uma outra questão de destaque entre os assuntos relacionados à mutilação genital refere-se ao poder de escolha. Uma mulher adulta pode optar pela mutilação, sabendo de sua função cultural, social e religiosa e até de suas conseqüências e do risco de morte, mas uma criança não tem esse discernimento.

Helen Negrão acredita que talvez se deva fazer uma separação entre as mulheres adultas que optam pela mutilação por questões diversas e as meninas, que são submetidas à prática ainda crianças. Para fundamentar essa reflexão, ela cita um trecho da publicação da Anistia Internacional Mulheres e direitos humanos, trabalho coordenado por Helder Vieira dos Santos que data de 1995. Enquanto uma mulher adulta é suficientemente livre para se submeter a um ritual ou tradição, uma criança não tem qualquer opinião formada e não consente, mas é simplesmente submetida à operação enquanto está totalmente vulnerável (...) as descrições disponíveis sobre a reação das crianças indicam uma prática comparável à tortura, relata o texto.

O sofrimento e o ato de tortura associados à mutilação levaram à condenação, a dez anos de prisão, de um imigrante da Etiópia morador dos Estados Unidos, pai de uma menina de sete anos de idade que a submeteu a uma mutilação genital quando ela tinha apenas dois anos. A mãe da menina, já separada do pai e que não concordou com a atitude dele, ajudou a passar uma lei na Georgia contra a mutilação genital – que já era considerada ilegal em 16 estados norte-americanos e proibida para menores de 18 anos por lei federal desde 1997 no país. Além de já existir legislação contra a prática nos EUA, a Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990, a considera um ato de tortura e abuso sexual.

Na Grã-Bretanha, há um esforço grande em direção a dar fim à prática da mutilação genital, realizada dentro do território inglês por imigrantes ou até mesmo no exterior, para onde meninas são enviadas para fazer a remoção. Ambas as atitudes são proibidas desde 2004, de acordo com lei editada pelo governo britânico.

O hospital Saint Thomas, no centro de Londres, realiza por ano em torno de 200 operações de reversão, restaurando a abertura natural da vagina de mulheres que sofreram mutilação genital. A operação é necessária quando a mulher sofreu o tipo mais grave de circuncisão, o tipo 3, que consiste na retirada de dois terços dos genitais. A vagina é costurada, restando apenas uma pequena abertura. (LEIA MAIS)

O ginecologista somaliano Abdulcadir Omar Hussein, que vive em Londres, apesar de declarar ser contra a mutilação genital sugere que, se for para ser feita, ao menos seja realizada de uma forma menos violenta à saúde da mulher, com uma cirurgia menos bruta. Em outros países, também com grande número de imigrantes vindos de comunidades em que a excisão é praticada – Austrália, Noruega, França, Suécia e Canadá – já adotaram lei específicas contra a prática.

Segundo dados do Fundo para a População das Nações Unidas (UNFPA), dos 28 países africanos em que ocorre o ritual apenas 12 têm leis ou recomendações relacionadas à mutilação.

O Sudão foi o primeiro Estado africano a interditar a excisão, em 1946 – mas somente em sua pior forma, continuando a permitir o corte simbólico do clitóris. O novo Código Penal, de 1993, no entanto, não faz qualquer referência à mutilação.

No Egito, um decreto presidencial de 1958 proibiu a excisão. Em 1996, o Ministério da Saúde acabou com as licenças para os excisadores, interditando a atividade. Um ano depois, um tribunal revogou a decisão.

As leis do Gana, Guiné-Conacri, Burkina Faso, República Centro-Africana, Costa do Marfim, Djibuti, Senegal, Tanzânia e Togo condenam a mutilação, com penas que vão de seis meses de reclusão à prisão perpétua. No Quênia, um decreto presidencial desaconselha a prática. Porém, até Junho de 2000, ocorreram detenções somente no Burkina Faso, Gana, Egito e Senegal.

Na Guiné-Bissau, uma proposta de interdição da mutilação genital apresentada em 1995 foi rejeitada. No entanto, o Parlamento aprovou a recomendação de julgar os responsáveis pela prática se esta resultasse na morte das excisadas. Uma nova lei está em cima da mesa no Parlamento.







Conflitos agravam violência contra mulheres na RD Congo


A informação é de um relatório apresentado na 7ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça. A relatora da ONU para os direitos humanos, Yakin Ertürk, disse que o conflito armado na República Democrática do Congo agrava a violência contra as mulheres. Ertürk apresentou nesta quarta-feira na 7ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, um relato sobre a situação das mulheres. Ela destacou casos observados também na Argélia e no Gana. Segundo Ertürk, no leste da RD Congo, grupos armados incluindo milícias estrangeiras, cometem atrocidades que afetam às mulheres física e psicologicamente.
A relatora sugeriu ao governo congolês a adoção de políticas de tolerância zero em relação à violência contra mulheres e que os responsáveis por esses crimes sejam punidos.

Entre os efeitos mais graves da guerra no congo, estão:

- As agressões sexuais, como arma de Guerra contra mulheres e crianças, atingiram proporções enormes. Só no ano passado, foram noticiados 25.000 casos de violação na região oriental da RDC.
- As crianças vêem-se envolvidas na guerra enquanto refugiados e pessoas internamente deslocadas (IDP). Na região oriental da RDC chega a 120.000 o número de pessoas que, por mês, se vêem obrigadas a deslocar-se de suas casas e 1.66 milhões de pessoas permanecem deslocadas. As migrações constantes privam as crianças da escolaridade dos cuidados de saúde e de alguma normalidade na sua vida.
- Calcula-se que possa haver 30.000 crianças associadas a forças ou grupos armados como combatentes, escravos sexuais e ajudantes.
- Quase metade das crianças em idade escolar primária não vão à escola e uma em cada três crianças menor de um ano não está vacinada contra o sarampo. A percentagem de crianças menores de um ano que estão subnutridas é alarmante: 31 por cento.


Argélia

No caso da Argélia, Yakin Ertürk disse que o país registrou progressos ao adotar novas políticas sociais, realizar reforma das leis, entre outras medidas para promover a igualdade do gênero. Ertürk pediu ao governo argelino maior atenção às meninas de rua que ficam sujeitas a abusos e exploração sexual. Gana A relatora da ONU disse que as mulheres do Gana, na África Ocidental, não beneficiam da paz que se vive no país. De acordo Yakin Ertürk, a violência física e sexual contra mulheres é um fenômeno que se vive nas casas e nas ruas. O relatório revela que as meninas são vítimas de casamentos forçados, sofrem mutilação genital entre outras práticas.

Gana

A relatora da ONU disse que as mulheres do Gana, na África Ocidental, não beneficiam da paz que se vive no país. De acordo Yakin Ertürk, a violência física e sexual contra mulheres é um fenômeno que se vive nas casas e nas ruas. O relatório revela que as meninas são vítimas de casamentos forçados, sofrem mutilação genital entre outras práticas.


Quem é Yakin Ertürk
http://www.newr.bham.ac.uk/general/Conference/about_erturk.htm

A guerra no Congo


Violência contra mulheres no Congo vai além do estupro - 31/07/2007

Ataques sexuais radicais são praticados rotineiramente por soldados, polícia, grupos armados e cada vez mais por civis.

De acordo com um relatório da ONU, o estupro e a violência contra mulheres são vistos por uma grande parcela da sociedade como normais.

Mulheres sofrem estupros coletivos, às vezes à vista de suas famílias. Homens são forçados, sob ameaça de morte, a estuprar suas filhas, mães ou irmãs.

A situação na província de South Kivu, onde operam rebeldes do vizinho Ruanda, é a pior que a observadora da ONU já viu.


Centenas de milhares de mulheres foram estupradas nas guerras do Congo - 14/11/2006

A escala de abusos aumentou significantemente nos últimos meses com a redução dos conflitos sobre as eleições presidenciais e porque médicos conseguiram chegar a áreas, até então, isoladas por guerras.Os crimes foram cometidos por soldados, rebeldes e milícias étnicas. As sobreviventes deram relatos de comunidades que sofreram ataques repetidos, com mulheres sendo vítimas de estupros coletivos e os homens assassinados. Apesar de estupros ocorrerem freqüentemente durante períodos de guerra, o número de casos no leste do Congo levou alguns grupos de direitos humanos a considerá-los uma arma de guerra. Eles seriam usados para punir comunidades por suas escolhas políticas ou como meio de limpeza étnica.

Violência faz o dia-a-dia feminino


A violência sexual não é um fenômeno exclusivo de países em conflito ou instáveis, "nem de negros ou latinos selvagens". Os números registrados pelos países do norte demonstram que também na Europa é uma prática recorrente. Em países em paz, essa violência que vai desde a violação até a escravidão sexual, passando pelos casamentos forçados ou precoces, é exercida pelo parceiro ou alguém do círculo familiar. Assim, durante a guerra da Libéria, dois terços da população feminina sofreram abusos, mas calcula-se que nos EUA ocorram 700 mil violações por ano; na Grã-Bretanha o principal violador é o próprio parceiro e na Europa em geral a principal causa de morte de mulheres de 15 a 40 anos é a violência de gênero.
É uma tragédia "bem distribuída", denunciada pelo relatório anual da Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgado às vésperas do Dia da Mulher.Nos últimos anos, segundo o documento, centenas de milhares de mulheres afetadas pelos conflitos em todo o mundo sofreram a mesma situação que no recente caso de Darfur.Na República Democrática do Congo, República Centro Africana, Libéria, Serra Leoa e Guiné, dezenas de milhares de mulheres e meninas foram violentadas, agredidas, torturadas, mutiladas... Uma violência que muitas vezes faz parte da estratégia de guerra e se exerce em grupo."É uma violência que nem sempre acontece pelo mesmo motivo", afirma Christelle Boulanger, especialista em violência sexual da MSF e uma das expatriadas que ajudam a identificar assuntos de direitos humanos no Sudão, Libéria e Congo."No Zimbábue, por exemplo, é corrente o fenômeno do incesto, e recebemos muitas vítimas menores violentadas no ambiente familiar, e muitas meninas que estão na primeira adolescência e se oferecem por dinheiro." De fato, na África austral é comum que os pais e irmãos introduzam os meninos no sexo com rituais de iniciação que para nós é uma violação. "Eles não o processam desse modo, mas é, e também uma via de transmissão da Aids", indica Boulanger.O fim dos conflitos não significa que esse tipo de violência termine e que se aplique justiça aos agressores. Na Libéria, um país em paz desde 2003, a MSF viu aumentar o número de violações: em 2005 receberam entre 50 e 60 casos por mês em seu hospital de Monróvia, mas em janeiro último passaram para 200. E o mais preocupante é que a metade dos agressores é menor de idade, quer dizer, jovens que nunca conheceram outro contexto que não o da guerra. "É uma das seqüelas da guerra: o intercâmbio social violento."No Congo, a MSF atendeu 4.500 vítimas entre 2003 e 2005. A mais jovem tinha oito meses e a maior, 80 anos. A grande maioria, 82%, foi ameaçada com um fuzil ou machado.
A brutalidade nesses casos é pouco comum, como indica o número de fístulas vesicovaginais (ruptura da membrana que separa a vagina do ânus). "A falta de justiça e a impunidade estimulam a seguir por esse caminho", acrescenta o relatório. Desde novembro, a Libéria conta com uma nova lei de violação que não reconhece a violação marital."Em quase nenhum país da África existe a noção da violação dentro do casal", afirma Boulanger. No Sudão, um país muçulmano onde o tabu é tão forte quanto o estigma que sofrem as mulheres, soma-se à impunidade a forte probabilidade de a vítima sair perdendo caso decida denunciar.Diante do tribunal, deve provar com a ajuda de quatro testemunhas que foi violada. Se não conseguir e for casada, será condenada por adultério e se for solteira, por fornicação. A experiência do NígerA comunidade internacional está fracassando na hora de assumir suas responsabilidades e prestar assistência às populações em situação de emergência onde ela é mais necessária: nas crises derivadas de epidemias, doenças esquecidas ou conflitos crônicos, que mais provocam mortes e sofrimento.É a mensagem implícita na "Memória Internacional 2005" da Médicos Sem Fronteiras, que ressaltou novamente a falta de compromisso dos países doadores, cujos programas de ajuda oficial, como o do Congo, são orientados para o desenvolvimento, esquecendo que milhares de pessoas continuam sofrendo as conseqüências de uma violência sistemática.A experiência do Níger, onde se combinaram três elementos (seca, insegurança alimentar e a praga do gafanhoto) e geraram uma emergência, foi uma das lições nesse sentido.
Rafael Vilasanjuan, diretor-geral da MSF, lembra que em plena crise nutricional a comunidade internacional pretendeu condicionar a distribuição gratuita de alimentos à estabilidade do mercado, uma política que pôs milhares de vidas em risco, gente que não podia comprar alimentos nem por baixo custo. Afinal, pressionada pelas ONGs, a comunidade internacional reagiu, embora um pouco tarde."Acontece que em países em conflito ou pós-conflito se pretende que a ajuda humanitária seja um meio para conseguir uma paz política e uma governabilidade que acreditamos que deva ser alcançada por outros meios. Ao ocorrer isso, a ajuda humanitária perde seu sentido, pois fica condicionada", afirma Vilasanjuan.




Enfrentando a Violência Contra a Mulher: orientações práticas para profissionais voluntários


As informações contidas neste manual abordam, entre outras coisas, as formas como se desenvolvem o ciclo da violência doméstica, os mitos que a cercam, os dados sobre as agressões intrafamiliares e sugestões de proteção e segurança para as mulheres em situação de risco.

"Enfrentando a Violência contra a Mulher" contém orientações práticas e oferece ainda um conjunto de ferramentas, todas de grande utilidade prática. Espera-s, desta forma, contribuir para multiplicar o contigente de pessoas aptas a trabalhar na erradicação desse fenômeno perverso que gera milhares de vítimas entre as mulheres de todo o mundo com dramáticas repercussões sobre a estrutura de suas famílias e de toda a sociedade.

Este manual é de autoria da professora Bárbara Soares. Antropóloga, pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania – CESEC – da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, Soares soma sua reflexão acadêmica sobre a temática da violência baseada em relações de gênero, com a experiência de gestora do Sistema de Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro.

Leia o Manual em pdf : http://www.ucamcesec.com.br/arquivos/publicacoes/manual_enfrentando_violencia.pdf